O despertador e o soneca
Que atire a primeira pedra quem nunca apertou o botão ‘soneca’ no celular para ficar só mais 5 minutinhos na cama. Às vezes, mais de uma vez, prolongando ao máximo a famosa “preguicinha’ antes de acordar, mesmo que isso signifique ter que levantar num pulo e sair de casa sem tomar café da manhã. Ou pior: atrasado mesmo.

Ok, está comprovado que faz bem gastar uns minutinhos na cama se espreguiçando para, literalmente, acordar o corpo. O cérebro e o corpo levam tempos diferentes para despertar, sabia disso?
Mas sem exageros: 10 minutos se espreguiçando é o suficiente, ou seja: dois períodos de soneca (ou mesmo um, depende do seu despertador). Seria ok e até recomendável se ficássemos esse tempinho nos esticando, nos preparando para levantar. Mas não é bem assim que acontece, né? Em geral, cochilamos novamente, agradecendo aos céus por aqueles minutinhos mágicos num sono que parece o paraíso. Até que o despertador toca novamente e a história se repete…
Minha pergunta é: por que fazemos isso? Afinal, sabemos que teremos que nos levantar. Da mesma forma, temos plena consciência de que cinco minutinhos a mais na cama não vão nos deixar mais descansados. Pensa bem: se não conseguimos descansar o suficiente em quatro, cinco, às vezes até seis ou sete horas, como cinco minutos vão fazer diferença??? Não tem lógica, né?
Mesmo assim, tem gente que garante que faz diferença sim. Recentemente, conheci um caso ainda mais emblemático: uma colega de pole mostrou o celular dela, programado para despertar a cada minuto por uma horaaaaa!!! Uma hora de despertador tocando de minuto em minuto!!! Dá pra acreditar? Se eu não tivesse visto, não acreditaria…

Meu pai é outro caso a ser estudado. Quando morava na Alemanha, na hora da sesta, ele disse que colocava o despertador para três minutos depois!!! Já imaginou??? Você vai até o quarto, arruma a cama, coloca uma roupa mais confortável, fecha a cortina e… três minutos depois já está de pé de novo!!! Whaaaattt??? No way!!! Pra mim essa relação custo x benefício não compensa não!
A que conclusão podemos então chegar? Que cada pessoa precisa de um tempo diferente pra sair da cama? Que temos o hábito de prolongar as coisas até o momento em que elas não podem ser prolongadas de jeito nenhum? Que dormir, além de uma necessidade, é uma delícia? Acho que todas as alternativas são verdadeiras, mas uma se sobressai: o nosso poder de decisão sobre quando podemos (ou devemos) ou não ceder à tentação de continuar dormindo e o momento de, literalmente, acordar pra vida.
Já comentei em outros textos sobre a importância do momento de decisão. É isso que determina todas as nossas atitudes, inclusive a hora de sair da cama. Você pode continuar curtindo sim uma dose extra de soneca ao acordar. É gostoso, vamos ser sinceros. Só devemos lembrar que existem ocasiões em que o alarme só toca uma vez. E, se não agirmos no momento certo, podemos perder bem mais do que um café da manhã…
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